sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Flora


Há alguns anos, comprámos uma reprodução para a casa onde eu vivia. Então eu apenas passava em casa o mínimo tempo possível, já que tinha trabalho de mais, tanto de manhã como à tarde, e não havia muito descanso para mim. Ora bem, como estava a dizer, esta imagem, cujo original em gesso pintado mede 0,38 x 0,32 cm, provem de Castellammare de Stabia, ou casa de Verão Arianna em Pompeia, e está patente no museu de Nápoles.

A figura encantadora e cheia de graça deste gesso, mostra-nos uma deusa, ninfa nos domínios do seu jardim, recolhendo delicadas flores que leva na sua cornucópia, para um destino misterioso encoberto no verde ilimitado do fundo.

Às vezes, para relaxar, gostava de contemplar a imagem. Eu sentia que ao contemplar aquela imagem algo sério começava a mexer-se dentro do meu peito. Eu era o observador, imaginava-me entre as folhas de um arvoredo, observando os contornos requintados da joven, adivinhando mesmo os traços do seu rosto, contemplando a beleza que envolvia seu gesto calmo ao caminhar, a delicadeza da sua mão a apanhar as flores.

No entanto, uma tarde de Outono de repente aconteceu. Era sábado. Depois de passar o dia todo fora de casa, chegei muito cansado. Mas o cansaço era um cansaço antigo, como uma carga que dia a dia estremecia as minhas costas, e eu, abraçado à rutina, não percebia. Entrei na sala, deitei-me no sofa à procura de algum sossego e olhei para a pintura pendurada na parede. Não me lembro quanto tempo estive a olhar para ela, mas foi então que aquela mágica figura, que eu contemplava com um inocente e descontraido olhar, me deu a resposta.

Ali, dentro da própria figura, camuflado na túnica vaporosa da joven, podia vê-lo com toda a claridade. O rosto do passo do tempo surgiu, murcho e velho, envolvendo-me o coração todo, mostrando a sua inquestionável crueza. Fiquei espantado perante tão grande descobrimiento ao sentir como o autor, há mais de 2.000 anos, apanhou e perpetuou nessa imagen o desejo mais antigo do homem.

Texto de Manuel Díaz Pérez (N.I.-1º)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma Vida Normal

Biblioteca Pública Delgado Valhondo de Mérida
Quinta-feira 29 de Novembro às 19h

Ano de realização: 1994

Realizador: Joaquim Leitão
Actores: Anamar, Joaquim de Almeida, Margarida Marinho, María Barranco, Vítor Norte

(Legendado em português)

Argumento:

Miguel tem 40 anos e tem a sua conta de problemas. Está separado da mulher, mas enquanto parte de si quer tentar reconquistá-la, a outra parte tropeça constantemente noutras mulheres. Não tem tempo para o filho e a sua conta bancária está a chegar ao zero. Resumindo, a sua vida está a cair aos bocados. Tudo o que Miguel quer é uma vida normal (seja lá o que isso for)."A vida é muito complicada mas ainda não se inventou nada de melhor. Foi o que eu quis passar no filme", afirmou Joaquim Leitão ao Público aquando da estreia de "Uma Vida Normal", um filme que oscila sem se decidir entre o registo do melodrama e da comédia.

Não percam o filme e, se quiserem, deixem aqui depois os vossos comentários ;-)

O Pirata

Este é o meu gato. Chama-se Pirata e é um gato de raça persa.
Nasceu em Cáceres no mês de Março de 2001, mas foi na cidade de Arroyo de La Miel (Málaga) onde eu encontrei esta pequena bola de pêlo e soube que era para mim.
Comprei-o e trouxe-o para a minha casa, para a minha vida. Desde esse momento, o Pirata passou a fazer parte da minha família.

Agora já é mais tranquilo que quando era pequenino. Dantes gostava de mordiscar as plantas (agora também, mas já não as estraga), jogava com tudo aquilo que se mexia ou fazia barulho. Uma vez estava na cozinha e ao ouvir o ruído que fazem as cordas do estendal, como era muito curioso (ainda é), quis investigar a sua origem. Então subiu até ao parapeito da varanda, perdeu o equilíbrio e caiu no terraço do primeiro andar, eu moro no quinto! Nada lhe aconteceu!! Teve uma imensa sorte, mas já sabem: os gatos têm sete vidas. Agora só lhe restam mais seis, não é?... Grande sorte têm os gatos!

Foram as minhas sobrinhas quem o chamaram Pirata. Estávamos no jardim da casa delas debatendo os possíveis nomes para o gato. O gatinho tentava brincar com uma pequena borboleta e por um momento conseguiu trepar pela gelosia do jardim. Então a minha sobrinha mais nova gritou: “Olha! Parece mesmo um pirata!!”. E foi nesse momento que ele ficou baptizado.

Agora é um gato tranquilo, mais sábio, carinhoso e muito limpo. Gosta de tomar banho e de brincar com o jorro de água, embora goste menos do barulho do secador. Adora dormir no meu colo e eu adoro tê-lo ao meu lado.

Olhem bem para ele, não é adorável?



Texto e fotos de Teresa Cacho Pinilla (N.I.-1º)

domingo, 25 de novembro de 2007

Saudades do Porto

O Porto é uma grande cidade com muitos atractivos para o visitante. Mas uma das coisas que não podes perder é uma viagem de barco pelo rio Douro. Sem dúvida uma travessia apaixonante com vistas espectaculares do Porto, de Vila Nova de Gaia e das pontes.
A ribeira do Porto é multicolor, e perto da magnífica ponte Dom Luís há esplanadas para tomar um “príncipe” enquanto olhas para a ponte, uma grandiosa obra de engenharia.
O cais de Vila Nova de Gaia tem um cheiro especial a bom Vinho do Porto e a caves lendárias. Deste lado há muitos restaurantes onde escolher para almoçar ou jantar, mais caro ou barato, e depois visitar as caves e ter a oportunidade de degustar este precioso néctar.



Texto e vídeo de Magdalena Calderón-Sánchez (N.I.-1º)



Esta fotografia mostra-nos o interior de uma das caves do vinho do Porto em Vila Nova de Gaia.

Quando eu olho para a fotografia chegam à minha cabeça muitas lembranças cheias de saudades. Lembro-me daquele fim-de-semana em que eu fui de viagem de estudo ao Porto com os meus colegas da escola de línguas.
A fotografía foi feita durante o percurso da nossa visita pelas caves do vinho. Naquela visita falaram-nos da elaboração e conservação do vinho, mas esta é outra história e terá de ser tratada noutra altura.

Eu posso falar de imensas anedotas que aconteceram durante aquela visita. Todos os colegas da escola e os nossos profesores a fazer batota, alguns de nós falávamos português, mas outros não percebiam e falavam espanhol. Começámos a misturar as duas línguas e afinal a nossa “fala” até era engraçada. Assim, podem olhar para a fotografia e aperceber-se que todas as pessoas que aparecem nela estão contentes e algumas delas até têm faces engraçadas.

Quando chegou o momento de experimentar o vinho a coisa foi bem pior. Quer dizer, o conjunto das nossas emoções e o cheiro do vinho misturado com o cheiro das caves fizeram com que a espontaneidade e originalidade das pessoas a brincar estivesse presente num ambiente onde a calma e o silêncio imperam.

Texto de Raquel Gómez Aparicio (5ºAno)

PORTO SENTIDO (Carlos Tê - Rui Veloso)

Quem vem e atravessa o rio
junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte / és cascata São-Joanina / dirigida sobre um monte / no meio da neblina // Por ruelas e calçadas / da Ribeira até à Foz / por pedras sujas e gastas / e lampiões tristes e sós // E esse teu ar grave e sério / dum rosto e cantaria / que nos oculta o mistério / dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez / em cada regresso a casa / rever-te nessa altivez / de milhafre ferido na asa

domingo, 18 de novembro de 2007

Sábado no norte alentejano

Apresentamos a seguir as fotografias do almoço-convívio de sábado passado em Castelo de Vide:




E não percam as fotografias do Daniel Toril (N.B.-1) na Galeria Virtual dele. Espectaculares!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Viagem de Estudo

Marvão e Castelo de Vide 2007
Sábado, 17 de Novembro

Programa


8h30: Saída (do portão da Escola)
9h30 (hora portuguesa): Chegada a Marvão. Passeio pela vila. Visita ao Castelo.
12h30: Saída de Marvão em direcção a Castelo de Vide.
___________

13h15: Almoço no restaurante D. Pedro V.

Ementa

Entradas (enchidos, queijo...)

Sopa de hortaliças
Bacalhau Dourado
Porco à Alentejana

Sobremesa:
Gelado caseiro com molho de frutos vermelhos
ou
salada de frutas

Vinho, refrigerantes e café

(A ementa é a de todos os anos, uma tradição nas nossas viagens de estudo...)
____________

15h00: Visita guiada a Castelo de Vide.
18h30: Saída em direcção a Mérida.
22h00 (hora espanhola): Chegada ao portão da Escola.

Condessa Descalça


Desta vez tive tempo para escolher a velocidade e o diafragma adequados à penumbra que havia no quarto. Os movimentos da mulher eram lentos e às vezes permanecia numa absoluta imobilidade. Enquanto o meu colega tentava tirar da velha senhora informações para o seu artigo, ela não apartava seus olhos da minha câmara, era como se quisesse dizer-me alguma coisa que eu não chegava a compreender. Então aconteceu o inesperado. Ela, sem deixar de olhar para mim, levantou-se da cadeira e com muita energia percorreu os poucos metros que separavam a mesa onde estava sentada até ela chegar a um baú. Foram segundos, minutos? Não sei, para mim tudo desapareceu e eu só vi à mulher. Corri atrás dela sabendo que qualquer coisa de importante ia acontecer. Pela primeira vez, ela apartou os seus olhos de mim e começou a procurar entre a roupa.
Apanhou um embrulho e nesse mesmo momento virou o seu corpo e os seus olhos, tão tristes, voltaram a olhar-me como que a dizer-me: “é meu, é o meu único tesouro, aqui está toda a minha vida”. Carreguei no botão e fiz a fotografia.
Anos depois soube que “a Condessa Descalça”, tinha morrido sozinha naquela mesma casa, esquecida de todos.
__________
Texto e fotografia de Luisa Martínez Flores (5ºAno)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ceuta está na moda

Há já muito tempo que não moro na minha terra por muitas razões, mas eu lembro-me dela todos os dias. Talvez o facto de a minha mãe ainda morar lá seja o motivo mais importante, mas estou convencida de que outros motivos fazem com que esteja cheia de vontade de matar saudades em breve.

Muitas pessoas concordam com a ideia de que a infância é a melhor etapa da vida. As crianças, em geral, não têm problemas e só pensam em brincar. As minhas lembranças infantis são muito agradáveis e estão muito ligadas a essa terra que se chama CEUTA.

Ceuta é uma cidade no norte de África. É limitada pelo Estreito de Gibraltar e o Reino de Marrocos. Hoje em dia é uma cidade espanhola, integrada de pleno direito na Europa. A cidade desfruta de um excelente clima mediterrânico, com temperaturas muito estáveis e agradavéis. A média anual é de 17º C, 11º C ao inverno e 27º C ao verão. O clima permite desfrutar de mais de trezentos dias de sol por ano aos seus 75.000 habitantes e a todos os seus visitantes.

Segundo os antigos manuscritos foi fundada pelos descendentes de Noé 203 anos depois do dilúvio. Foi cartaginesa quinhentos anos antes de Cristo e participou na primeira guerra púnica. Tambén foi romana como toda a costa mediterrânea, mas foi arrasada pelos vándalos de Genserico no ano 423. Depois foi ocupada pelos godos e bizantinos. No ano 711 é tomada pelos bereberes musulmães os quais, depois da traição do lendário Conde D. Julian, dominaram a Península Ibérica durante setecentos anos. No dia 14 de Agosto de 1415 é reconquistada por D. João I de Portugal e foi portuguesa até que os dois reinos ibéricos se uniram sob o reinado de Felipe II de Espanha no dia 30 de Setembro de 1580. Portugal separou-se de Espanha em 1640 e nessa altura os ceuties decidiram livremente ser espanhóis. Foi por isso que o rei Felipe IV lhe concedeu os títulos de “Sempre Nobre, Leal e Fidelíssima Cidade”.

Ceuta apresenta um grande leque cultural. Através das visitas aos seus onze museus, consegue-se conhecer a sua história. Estas visitas mostram uma grande variedade de pormenores da constante história militar da cidade, o que marca a presença de Ceuta em diferentes capítulos da história de Espanha.

Mas a visita não deve acabar ali. Nenhum visitante pode voltar para a sua terra sem visitar locais como o conjunto monumental das “Murallas Reales”, O fosso de “La Almina”, a Cerca Merinida, Os Banhos Árabes, O Farol de Ceuta, O miradouro de Benzú, “A Mulher Morta”, o miradouro de Isabel II, o de Sto. António, a praça dos Reis, a Catedral e a Igreja da Nossa Senhora de África , padroeira da cidade.

Quem gostar dos desportos aquáticos deve saber que é possível praticar muitos deles como o mergulho, o kajak, a vela, o surf, a pesca subaquática... O seu porto desportivo está situado no mesmo centro da cidade e muito perto dele está o Parque Marítimo desenhado pelo arquitecto canariano César Manrique. A zona de lazer é o “Poblado Marinero” junto ao Parque, o qual permite aos turistas usufruir de muitas actividades sem terem de se deslocar. Mas Ceuta não está apenas rodeada pelas águas, o Monte Hacho e o Monte García Aldave envolvem-na em zonas verdes onde se podem praticar desportos como senderismo e equitação, ao mesmo tempo que se desfruta da natureza. Durante os passeios pelas montanhas, podem-se contemplar tambén inúmeras espécies animais.

A gastronomia está muito ligada ao mar. O mais atractivo dela é a mistura de sabores que é reflexo fiel da mistura das culturas que convivem na cidade. Não podemos esquecer que é uma cidade onde dois continentes convergem, dois mares emergem e quatro culturas vivem juntas em perfeita harmonia. É por isso que os seus sinais de identidade são a tolerância e o convívio. Portanto não hesitem e, de ferry ou de helicóptero, visitem Ceuta já.


Texto de Mariló Macho Lara (4ºAno)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Para os que gostam de mitologia

As Moiras, as três deusas que decidiam o destino dos antigos gregos.

Cloto, a fiandeira; Láquesis, a que deita a sorte e Átropo, a inexorável, eram filhas de Nix, a Noite, e haviam nascido do espírito de uns pássaros com a missão de supervisionar a vida futura dos bebés.

O seu propósito original era determinar o destino de cada indivíduo ao nascer.
Pouco a pouco, as moiras adquiriram um papel importante, mesmo que o valor dos seus decretos nem sempre estivesse claro.

As moiras representam-se como três fiandeiras que tecem o destino de os homens. Cloto fazia girar os destinos no seu fuso, Láquesis media-os com uma vareta e Átropo cortava-os.
Depois de as moiras decidirem o momento da morte, apareciam as malévolas Ceres, espíritos femininos com garras e capas cheias de sangue que desferiam o golpe fatal e levavam a seus vítimas à terra das sombras.



Os homens pensavam, com arrogância que poderiam controlar o seu destino vivendo sem nenhum risco.
Alguns deuses inclusivamente mofavam-se das moiras: Apolo tentou uma vez emborrachá-las para evitar a morte de um amigo.

No Oráculo de Delfos, só se veneravam duas moiras: O Nascimento e a Morte.
Acreditou-se que quando Zeus reclamou a sua soberania sobre as moiras, assumiu o papel de Láquesis.


Texto de Teresa Cacho Pinilla (N.I.-1º)

Dulce Pontes em Cáceres

Como é sabido, no próximo sábado 17 de Novembro temos finalmente a viagem de estudos a Marvão e Castelo de Vide. Mas como nem todos têm a grande sorte de poderem vir, deixamos aqui mais uma sugestão para esse dia: o concerto de Dulce Pontes no Gran Teatro de Cáceres às 20h30.

E no nosso blogue, mais um "documento histórico": Lusitana Paixão em 1991...
Veja aqui a versão Karaoke e cante Lusitana Paixão de alma e coração.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O Verão da minha vida


Naqueles tempos, para nós, os Verões começavam quando terminavam as aulas. Se eras um bom estudante, podias desfrutar de dois meses de jogo e diversão com os amigos. Posso dizer que, em termos de estudo, nunca tive problemas, e naquele Verão tomei a decisão de inscrever-me na Banda Municipal. E poderiam perguntar-se: porquê?
Já então, uma elegante rapariga de dezasseis belíssimos anos, tinha-me roubado o coração. Os seus olhos verdes, imensos como o mar, o seu cabelo de ouro polido, o seu sorriso alegre e sincero, acabaram por fazer-me perder a cabeça e, por conseguinte, tentar aproximar-me da sua vida.
Ela era "dançarina" na Banda Municipal e eu não podia deixar passar essa oportunidade. Ao princípio, o meu carácter introvertido e tímido era um obstáculo para o início da relação, mas a procura do seu amor valia a pena. Não importava que eu não tivesse a mínima ideia de tocar trompete, o mais importante era poder estar perto dela.
Os primeiros olhares, a nossa tímida apresenteção entre amigos, seriam o prefácio de um Verão fantástico. Depois começaram as viagens de autocarro em digressões, e estas eram a escusa perfeita para, desde o lugar contíguo ao dela, descobrir que, através da sua conversa, a sua personalidade era, ainda, uma manifestação de beleza superior. A sua subtileza, a sua espontânea sinceridade, acrescentavam a minha admiração por ela.
Nas vilas onde tocávamos, depois dos concertos, costumávamos dar passeios a meia-noite, sob o o olhar da Lua, cúmplice do nosso amor. As estrelas cadentes, com um rápido movimento no céu, assinavam a nossa paixão. Era uma sucessão de emoções que conectava sempre com o selo de um doce e maravilhoso beijo.
Ainda hoje, quando olho para o céu, a Lua, à espreita, sorri-me e sussurra-me, através do vento sereno, que as noites daquele Verão foram inesquecíveis.


Texto de Anselmo Carvajal Galán (N.I.-1º)

Um texto sobre mim próprio

Quem sou eu?
Eu chamo-me... Mas não acham que é melhor vocês adivinharem? Só têm de olhar para a fotografia... O quê? Não é suficiente? Claro, nessa fotografia eu só tinha três anos, e agora tenho trinta e nove. No próximo dezasseis de Abril vou fazer quarenta. Acham que eu sou muito velho?
Pronto, vai ser preciso eu descrever-me para vocês terem mais informação:

Eu nasci em Valhadolid, em Castela e Leão, e vim para a Estremadura espanhola há dez anos para trabalhar numa escola de ensino secundário.
Primeiro morei em Llerena, onde conheci a minha mulher e onde as minhas crianças nasceram.
Depois, mudámo-nos a Mérida, onde moramos há quatro anos.

Trabalho na Escola Secundária “Emérita Augusta” e ensino inglês.

Nos meus tempos livres, gosto de ouvir música, ler e viajar. O meu artista favorito é Tom Waits e leio romances e livros de divulgação. Se podemos sair de Mérida, costumamos visitar os nossos amigos noutras cidades, e aproveitamos para ver novos monumentos e paisagens nesses locais.

Acho que é tudo. Já sabem quem é que sou?

Texto de Óscar Luis Fernández Calvo (N.B.-2º)

Lentilhas com amêijoas

A seguinte receita é uma sugestão de José Manuel Hernández Maquirriaín (5ºAno).

Ingredientes para 6 pessoas:
  • Sal qb
  • 400 g de lentilhas
  • 1 cebola
  • Pimenta qb
  • Azeite
  • 1 ramo de salsa
  • 2 dentes de alho
  • 1 copo de vinho branco
  • 1 folha de louro
  • 500 g de amêijoas
Preparação:

Lave e escorra as lentilhas que estiveram de molho durante alguns minutos.

Numa panela, ponha as lentilhas com água fresca –o nível da água deve cobrir as lentilhas. Junte a folha de louro, meia cebola e uma colher de azeite.

Leve a cozer até as lentilhas ficarem moles (30 minutos) e tempere com sal no fim.

Em outra panela ponha azeite até cobrir o fundo. Pique o resto da cebola e aloure-a ligeiramente, junte o alho, o ramo de salsa picado, o vinho branco e deixe levantar fervura. Junte as amêijoas e cubra. Reservar.

Quando restarem cinco minutos às lentilhas, misture-as com as amêijoas e sirva quentinho.

Carla & Zafra

Hoje vou falar sobre a minha terra: Zafra.
Eu posso dizer que Zafra é uma povoação muita bonita, com um centro histórico, praças, parques, edifícios bonitos, muitas lojas, muitos bares e cafés… É sobretudo um lugar cheio de vida e onde as pessoas ficam pouco tempo em casa.

Mas Zafra é outra coisa para mim. É o lugar onde eu nasci, onde viveu sempre a minha família, onde eu fui mais feliz, de onde são as minhas amigas e onde moro há já mais de dez anos.

Quando eu era mais nova queria viajar e viver muito longe, conhecer outras cidades fora de Espanha… Mas agora, depois de fazer tudo isso, decidi que eu quero é trabalhar na Extremadura, viver em Zafra ou numa cidade próxima e ter sempre por perto as pessoas de que mais gosto. Não posso imaginar uma terra melhor para viver.
__________
Texto de Carla Álvarez Vela (N.B.-2º)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Gaivotas cor de prata


Gaivotas majestosas, com penas de prata, a planar sobre o oceano e o céu infinito.

Gaivotas a voar sobre a praia dourada, em bandos que se misturam e se separam, mudanças no rumo, som de grasnidos, cheiro a mar.
Gaivotas a mergulhar no mar, à procura de saborosos peixes. Gaivotas a fazer companhia aos minúsculos barcos de pescadores, que regressam ao cair da tarde à praia, à espera, paciente, dos peixinhos que caem fora.

Nuvens de prata, a fugir dos intrusos que as tentam fotografar...

É uma das imagens que melhor consegue captar como são verdadeiramente as praias da Caparica, as praias pelas quais tenho imensas saudades. Quando não estão cheias de turistas são o reino das gaivotas e dos pescadores. Quilómetros e quilómetros de areia fina e dourada, onde só se ouvem as instruções dos pescadores e os gritos das gaivotas. No mar, só as ondas e as preguiçosas velas brancas dos barcos.

No entanto, é uma imagem ameaçada: cada vez há menos pescadores, as praias cada vez estão mais sujas e poluídas. As gaivotas, que tentam aproveitar os restos deixados pela maré humana, estão a sofrer as consequências do nosso desinteresse pelo meio ambiente.

Mesmo assim, as praias de Caparica serão sempre as praias dos meus sonhos, desde que restem um barquinho e um bando de gaivotas no céu.
___________
Texto de María Bravo Conde (5º Ano)
Fotografia de Javier Cerrillo López
___________
Sobre as praias da Caparica no Inverno pode ouvir o seguinte documento: Evasões TSF

Madredeus e Wim Wenders

Imagens do filme Viagem a Lisboa (Lisbon Story) de Wim Wenders. Uma história e uma música inesquecíveis. Um retrato de Lisboa em 1994.

Quando uma guitarra trina
Nas mãos de um bom tocador
A própria guitarra ensina
A cantar seja quem for

Eu quero que o meu caixão
Tenha uma forma bizarra
A forma de um coração
A forma de uma guitarra

Guitarra, guitarra querida
Eu venho chorar contigo
Sinto mais suave a vida
Quando tu choras comigo

Rebeca em Copenhaga

Não fiz a escolha desta fotografia porque eu goste muito de cerveja, mas é que eu vi uma exposição de fotografias de camiões Carlsberg pelo mundo inteiro na net e esta é a nossa na cidade do criador desta cerveja conhecida hoje em todo o mundo.

Também gosto muito das fotografias tiradas automaticamente, das quais tenho inúmeras. Esta foi feita desde um banco dum parque verde como o camião estacionado no Kastellet de Copenhaga.

"Uma imagem vale mais do que mil palavras", mas também há tantas lembranças numa fotografia para os protagonistas desta que pode perder o valor sentimental para as pessoas que estejam a olhá-las sem sentir ou relembrar os momentos que aconteceram antes e depois deste instante.

Foi uma surpresa para mim o descobrimento da história que está na origem desta cerveja, que eu já conhecia pela televisão, e como este camião é o símbolo de como viajam as ideias e criações. O criador da Carlsberg (colina do Carl) foi o fundador do mais importante museu em Copenhaga que se chama Glyptotek. A cerveja foi criada no ano 1847 por Carl Jacobsen. Aconselho vivamente viajar até Copenhaga e conhecer a fábrica original da Carlsberg. É uma verdadeira obra de arte dum génio do século XIX, o Sr. Jacob Jacobsen.

Texto e fotografia de Rebeca Rivas Ortiz (5º Ano)
_________

Visitem o blogues Susana em Copenhaga e O Xico lá fora, um diário da fantástica experiência de um erasmus na Dinamarca! Os mais "cuscos" vão adorar...

domingo, 4 de novembro de 2007

Passeio num dia de chuva

Apresentamos uma exposição da reconhecida fotógrafa emeritense Luisa Martínez Flores, aluna finalista de português na nossa escola.

Passeio num dia de Chuva





























quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Explosão Colorida de Sapatos


As modas são como as marés: vão e vêm.
Que o diga esta montra de calçado de crianças que são iguais há un século.
Eu estava a dar um passeio numa rua e por acaso, dei de cara com esta explosão colorida de sapatos.
Olhei para eles, não como potencial compradora –há tempo que os meus filhos são já crescidos…
Eu reflicto e o pensamento é que volta sobre si mesmo:
Que diferentes são os passos que se davam com esses coloridos sapatinhos: impulsivos , inconscientes, para brincar; espontâneos, para descobrir o mundo; alegres: para procurar amigos, esperançados: para sonhar…
Os passos que hoje dão… conscientes, meditados, tantas vezes desiludidos…

Mas para mim, que tanto adoro sapatos como gosto da vida, eles são o símbolo do decorrer dela.


Texto e fotografia de Coral Garrido Blanco (5º Ano)