domingo, 6 de janeiro de 2008

De pernas p'rò ar



Aprendi a caminhar com as mãos seis anos depois de caminhar pela primeira vez com os meus pés.
Gostei tanto da sensação que o repetia uma e outra vez, apesar de que a minha mãe sofria imenso quando me via de cabeça para baixo, os olhos vermelhos como a cara, os móveis aterrorizados pelas minhas quedas, e as plantas do corredor amedrontadas contra as paredes cansadas de tanto vaso roto.

Mas o mundo ao contrário, igual que na história do lobo perseguido pelas ovelhas, merecia a pena. Sempre gostei de ter uma visão diferente das coisas, outro ponto de vista fora dos habituais, fora da tradição, das normas estabelecidas e perpetuadas, dos dogmas e da ortodoxia.

Agora que já não tenho aquela idade para estar a fazer acrobacias como então, quando estou à procura de alguma ideia ou tenho de tomar uma decisão importante, deito-me no sofá, com os pés sobre o respaldo, o corpo relaxado sobre o assento, e braços, pescoço e cabeça fora dele.

Há uns dias fui ao ginecologista para ver o meu menino, e quando o doutor me disse que o bebé estava de cabeça para baixo, sorri e pensei: olha, ele também gosta da mesma visão. Óptimo!!!


Texto de Lola Prieto Vivas (N.B.-2º)

4 comentários:

guadalupe.grande disse...

Muitas felicidades pela mâe e pelo filho e que todas as coisas estejam bem pelos dois. Abraços. Guadalupe Grande.

Anónimo disse...

Felicidades.Has sentido o mais grande que pode viver uma mulher. "Ser MâE".

Beijos.

Anónimo disse...

de Encarna 2º NB

Anónimo disse...

Muito obrigado a todos. Tenho saudades...o tempo é diferente agora com o bebé (Héctor é o seu nome). Quero ir á escola um día com ele...é um menino genial. Beijinhos para a minha turma. Chao.
Lola 2º NB